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A Ribeira da Loriga recebe esta designação em Loriga, após a confluência de várias outras ribeiras cujas nascentes mais altas se situam no Covão do Meio, perto da Tôrre, e que descem pela Garganta de Loriga (ver a página da "Outras Actividades...") até esta localidade, através de um leito acidentado propício a uma boa caminhada ou a canyonning. É possível praticar esta última actividade até à aldeia de Cabeça, tal como fizemos em Agosto de 2007. Devido ao acentuado desnível que a ribeira apresenta até à aldeia de Cabeça, apenas a partir daqui (Percurso 2) é que existem condições para a prática da canoagem de águas bravas, se bem que apenas para os mais experientes e consoante o caudal, directamente influenciado pela chuva e o degelo. Sendo uma ribeira de serra, atravessa bonitas paisagens, o leito é estreito e muito acidentado. A água mantém-se transparente e fria, mesmo no Verão.
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Percurso 1: Início - Ao fundo da povoação de Loriga, na ponte onde se reúnem as duas ribeiras que formam a Ribª de Loriga (630m alt.) Final - Cabeça (450m alt.) Distância / Duração / Desnível - 4,7 Km / 6,30h (a pé e a nado, no Verão) / do início até à fraga são 1,4km com 7,9% de declive (incluindo o salto da fraga) e da fraga até Cabeça são 3,3km com 2,1% de declive. Mesmo sendo um percurso com demasiado declive para ser descido de kayak no Inverno - só possível a partir de Cabeça - e sem quaisquer acessos (actualmente praticáveis) entre o início e o fim, fizemos o reconhecimento no Verão de 2007 para o conhecer, nem que fosse para tomar uns banhos pelo caminho e conhecer as belas paisagens que certamente nos ofereceria. Depois de uma longa "descida" pela vila e de uma pequena caminhada pelos socalcos cultivados, chegámos à ponte onde duas ribeiras se reúnem para formar a Ribeira de Loriga. Daqui para diante, andámos mais uns 200m pelas margens, junto à ribeira e, num local onde esta se "afunda" e vira para a esquerda, metêmo-nos na água... Não há muitas palavras para descrever o que passámos nas 2/2.30h seguintes: uma sucessão de quedas de água por entre penêdos caoticamente espalhados por um leito que corre numa garganta muito estreita, marmitas e poços de água transparente para onde nos atirávamos, muitas delas sem hipóteses de portagem, sifões para todos os gostos, com muita natação à mistura (um contínuo "sobe-o-penedo-e-salta-para-a-água"...), numa paisagem de pasmar embora por vezes um pouco opressiva, quando a luz mal penetrava até ao fundo da garganta ... As fotos dão um fraco testemunho do que vimos! As coisas continuam no mesmo "ritmo" até que, 1,4km depois do início, chega-se a uma fraga vertical com uns 15m de altura, novamente uma "cortada" tal como as que encontrámos na Ribª do Alvôco. A portagem, pela margem esquerda (o antigo curso da ribeira), foi algo "dolorosa", pois tivemos que atravessar alguns silvados... e íamos de calções. A alternativa - um salto de 15m pela fraga - não nos pareceu muito atractiva... Esta fraga seria um bom local para montar umas cordas e descê-la ao estilo de cannyoning. É pena que não haja acesso de saída a partir deste local, pois até aqui a descida - tal como a fizemos e durante o Verão - é um espectáculo! Daqui para a frente e até Cabeça, durante os restantes 3,3km, a paisagem continua bonita, mas a ribeira fica "normal", perde inclinação e interesse, quando comparada com o troço inicial. Passa então a ter boas características para a canoagem de águas bravas (2,1% de declive) mas, como o percurso não tem acessos pelo meio, teria que ser feito na totalidade e os 1,4km iniciais inviabilizam tal possibilidade, a menos que seja um suicída! Cerca de 6.30h depois de iniciarmos o reconhecimento, chegamos ao final, em Cabeça, junto à pequena ponte onde começa o Percurso 2, este sim, possível de ser descido de kayak. Este local é aproveitado - no Verão - para tomar banho pelos locais, pois sob a ponte existe um poço excelente para o pessoal se atirar. .
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Percurso 2: Início - Cabeça (450m alt.) Final - depois de Muro, antes da confluência com a Ribeira do Alvôco (310m alt.) ou em Vide, 2km depois da confluência com esta ribeira. Distância / Duração / Desnível (sem contar com os 2km finais na Ribª do Alvôco) - 8 Km / 4.30h / 140m (1,75%) Este percurso é acompanhado por uma estrada (margem direita) a uma cota bastante superior e os poucos caminhos de acesso existentes na encosta são bastante íngremes e estreitos, interligando sucessivos socalcos (mais ou menos) cultivados. O início é na margem direita, junto a uma pequena ponte pedonal na base da aldeia de Cabeça, à qual se chega depois de efectuar uma descida de 100m por um caminho muito íngreme e escorregadio que, atravessando os vários socalcos que compõem a encosta, parte daquela aldeia junto a um pequeno fontenário numa curva da estrada. Quanto ao ponto de saída, aconselhamos que seja feito em Vide, 2km depois de se entrar na Ribª do Alvôco. A outra hipótese - na margem direita da Ribª da Loriga, pouco antes da sua confluência com a Ribª do Alvôco) e pouco depois da localidade de Muro, - é muito cansativa e o ponto de saída exige ser reconhecido préviamente ao início do passeio de modo a evitar ser ultrapassado: à saída de Muro (no sentido de Vide) sair da estrada junto a uma pequena capela à esquerda e descer um caminho de terra que começa à sua esquerda; consegue-se ir de carro por este caminho durante uns 200m, mas depois há que prosseguir a pé por um carreiro íngreme que passa por umas casas e desce até à ribeira, passando por vários socalcos e um pinhal. No entanto, para quem não se queira sujeitar a uma saída cansativa após um percurso que é bastante exigente e que pode ser cansativo, será melhor prosseguir até Vide que, embora resulte num acréscimo de mais 2Km, são mais calmos e a saída (na ponte de Vide) é bem mais fácil. Por informações prestadas por quem já o havia descido de kayak (Rui Calado e C.C.A.B.P.), seria um percurso de "nível 4 mantido com muitos saltos e uma passagem de nível 6"...! Ficámos a conhecer este percurso em Agosto de 2003, mas apenas por o termos descido a pé, por dentro do próprio leito da ribeira, ou seja, sempre dentro de água ou por cima das pedras. Levámos então umas boas (e penosas) sete horas nesta "caminhada", mas valeu a pena pois a paisagem e a ribeira são verdadeiramente bonitas, com margens muito íngremes e arborizadas (nessa altura...), onde o xisto já predomina. Analisando o tipo de obstáculos que encontrámos e a irregularidade do leito, facilmente conseguimos imaginar que, com bom caudal, seria um percurso (seguramente) de nível 4, com um curso muito sinuoso entre os muitos penedos que estreitam o leito e aceleram a corrente. Especialmente na primeira metade, deparámos com algumas zonas onde o leito é constituído por uma plataforma contínua de xisto, escavada e moldada pela força da corrente. Terá poucas zonas calmas, as quais serão relativamente curtas e com boa corrente; além daquelas que antecedem os vários açudes distribuídos por todo o percurso, a maioria das restantes localizar-se-á na última metade do trajecto, tal como os maiores açudes. Quanto a estes, há que fazer préviamente o reconhecimento da zona de recepção, pois alguns podem não apresentar aí profundidade suficiente para um salto seguro. Além de vários açudes que não excedem os 2/2,5m, existem outros (3 ou 4) que chegam aos 4m (ou mais) de altura, não contando com a última queda de água, o "Grande Salto" (uma "cortada" na base da localidade de Muro), que terá uma altura total de 10m e composta por vários saltos sucessivos correspondendo à "passagem de nível 6" referida pelo Rui Calado: o primeiro salto tem cerca de 1,50m, o segundo é escalonado e um pouco mais alto, e a partir daqui não dá para parar...! É o resultado de um desvio da ribeira, fazendo-a "cair" por um "atalho"/ "cortada" aberta na rocha com o desnível referido. É habitual encontrarmos situações deste tipo em outros cursos de água da região, como por exemplo na Ribeira do Alvôco ou no Rio Ceira. Foi apenas em Fevereiro de 2006 - na 3ª feira de Carnaval - que, pela primeira vez, descemos este percurso de kayak. Embora
a tenhamos “apanhado” com pouca água, foi fácil de ver que aquilo, logo a partir de um nível
médio de caudal, é mesmo Cl IV, especialmente os primeiros 4km, de Cabeça
a Casal de Rei, muito técnicos, sem paragens, a exigir atenção
constante e com pouca margem para erros (senão:
charco e muita pedra!) ou seja, confirmámos as primeiras
impressões com tínhamos ficado no reconhecimento feito a pé, em Agosto
de 2003. O
leito é quase sempre bastante estreito (por vezes não mais do que 3 ou
4m de largura) e cavado entre margens rochosas (xisto), mas sempre muito
bonito! Pena é que a
zona tenha sido devastada pelos incêndios no último Verão... Os
restantes 4km, até à foz na Ribª do Alvôco, “acalmam” ligeiramente
– mas pouco – com alguns remansos a anteceder os açudes, que são
altos e quase todos e exigir portagem.
Já
perto do fim, em Muro, encontramos a “cortada”, uma queda de água (o
"Grande Salto") com 10m
ou mais de altura, com vários patamares: Cl.VI para uns, infranqueável para outros...
Esta
passagem obrigou-nos a uma portagem bastante penosa, pela encosta -
bastante íngreme - do lado esquerdo. Continuando
a descida, pouco depois entrámos na Ribª do Alvôco, 2km a montante de Vide (o
ponto de saída) que, depois da Ribeira da Loriga nos pareceu uma autêntica
sopa, apenas com 2 açudes e algumas acelarações pelo meio. Havemos de repetir esta descida, com um pouco mais de água. Convém ser um grupo pequeno e com experiência... Atenção
que os ramos junto ás margens e em alguns rápidos são obstáculos a ter
em conta e que podem complicar a descida. Por
outro lado, tal como nos
contaram alguns locais, esta ribeira só
tem água quando chove bem durante, pelo menos, uma semana e desce rapidamente assim que deixa de chover,
o que limita bastante as ocasiões em que está "navegável". No
entanto, deve-se descer este percurso apenas com o caudal suficiente e
não com caudal muito alto, pois assim tornar-se-á bastante perigosa. .
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. Pedro Carvalho ( tlm: 967062711 E.mail: kompanhia@clix.pt ) Ultima actualização: 09/09/2007 |